ZAP: BATALHA DE POETAS NA POMPÉIA
São Paulo abre a boca para versar. O que sempre foi uma tradição carioca, desd'os tempos das artimanhas da Nuvem Cigana e da poesia marginal dos anos 70, agora se espalha por São Paulo. Tem sarau para tudo que é gosto, para toda e qualquer dicção. Em parte refletindo a moda que vem da matriz, com seus rappers e seus slams e stand up comedys. Coisas de quem fala e ri desbragadamente como vi em nova york em 2007. Em português, também fica bonito. E a poesia entra pelos poros e reúne em torno de si, pessoas ávidas pelo som e o sentido das palavras.
Fui ver a mais um ZAP – Zona Autônoma da Palavra – na quinta passada. A parada rola sempre às segundas quintas do mês na Rua Dr. Augusto de Miranda, 786, na pompéia. Já tinha ido uma vez, concorri e fui fragorosamente derrotado. Fui de novo. Só pra ver. E vi a casa cheia, a turma afiada. A dupla de MCs, Roberta e Xuxu, tocam muito bem a parada. Nesses lances, o apresentador é fundamental para dar o ritmo, a dinâmica do espetáculo. Vacila quem só sabe ler/ouvir os poemas num evento assim. Ali entra tudo: texto, apresentação, interpretação, som, luz, figurino e até a zapipoca. Gostei muito dos dois primeiros colocados. O zapeão, Daniel, sensacional no texto e na performance, me disse que um dos motivos dele falar poesia, foi o CD do CEP de 2.000, encartado na revista Trip. Fiquei prosa. O CEP soltando a língua da galera. O segundo lugar, não gravei o nome, mas foi mortal, com um apresentação meio rock, meio rap, meio casual.
Vidalonga ao ZAP e ao Pernalonga ! O formato é muito legal: abre com um vídeo sobre ghettos, hip hop e quilombos. Depois uma hora de microfone aberto (se inscreveu, falou) e uma hora de Slam (uma batalha de poetas e poemas). A Roberta e a Xuxu garantem o resto.
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