O que é o ZAP!?

Palavras que não são ao vento.
Mas que estão em movimento.
Poetas urbanos.
Humanos.
Gente que tem o que dizer .
Gente como eu, como você.
Está inaugurada a zona autônoma da palavra!
1,2,3 ZAAAAAAAAAAAAAAP!


ZAP! Zona Autônoma da Palavra é a primeira noite de "Poetry Slam" (campeonato de poesia) do Brasil. Acontece toda segunda quinta-feira do mês na sede do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos-Teatro Hip Hop.
É um espaço dedicado a poesia falada, ágora livre, fresta no tempo onde a
diversidade é convidada de honra e a celebração da palavra o principal objetivo.
A cada encontro, pessoas das mais diferentes idades, profissões, visões de mundo, anseios e crenças reúnem-se para compartilhar palavras, idéias, experiências e pontos de vista. Em meio a polifônica e barulhenta São Paulo, uma suspensão no tempo-espaço. Silêncio. Todos param para ouvir, ver e sentir:
POESIA
A entrada é livre, é só chegar. A noite começa com a projeção de filmes às 19h. Em seguida às 20h tem início o “Microfone Aberto”, onde podem ser declamadas (ou lidas) poesias e textos tanto autorais como de outros autores. Às 21h começa o jogo entre os poetas, o
Slam! Qualquer pessoa pode participar tanto do “Microfone Aberto” quanto do "Slam". É só chegar e se inscrever na hora!

Regras do Slam:

1) Um poema (ou texto) por vez, devendo ser de autoria do poeta (podem ser lidos)

2) Sem acessórios, sem figurino, sem acompanhamento musical.

3) Os poemas devem ter no máximo 3 minutos (ou menos) mais 10 segundos de bônus. Após esse tempo a cada 10 segundos excedidos 1 ponto é descontado.

Um júri formado por cinco pessoas, sorteadas ou escolhidas na hora pelo apresentador (host/mc) entre o público, atribui uma nota após cada poema numa escala de 0.0 a 10.0, podendo haver notas quebradas (por ex:7,8 ou 9,6....). Além do conteúdo do texto o júri deve estar atento a maneira como ele é apresentado.
O que os jurados julgam: Forma + conteúdo, inspiração poética +performance.
A nota mais alta e a mais baixa são retiradas. Um assistente (no ZAP! o "Zapitágoras") faz as “médias” e as notas são marcadas em um quadro (pela nossa black patinadora- a "Xuxu" ) onde todos possam ver.
São três rodadas, portanto quem quer participar do Slam deve levar 3 poemas diferentes "na manga".Todos os poetas inscritos participam da primeira rodada. As melhores notas participam da segunda e assim por diante até a terceira e última, onde é eleito o "Zapeão" da noite.
O "Zapeão" da noite leva pra casa um prêmio cultural: livros!!!livros!!!livros!!! além de cds e dvds!

ZAP!1 -O PRIMEIRO!!! 11/12/2008

Eis que finalmente o projeto sai do papel e ganha vida!
Há algum tempo vínhamos falando de fazer uma noite de "poesia falada" no Bartolomeu, porque tem tudo a ver com a nossa pesquisa e já era algo que estávamos desenvolvendo nos nossos espetáculos.
Na Frente 3 de Fevereiro, (outro coletivo do qual também faço parte), foi onde ouvi falar pela primeira vez em "slam" e "spoken word" (fizemos o espetáculo "Futebol" que era inteirinho nessa linguagem). Assisti o filme "Slam" com o inacreditável "slammer" Saul Williams (que exibimos nesse primeiro ZAP!), e o documentário "Slam Nation", onde vi pela primeira vez o tamanho "da coisa".
Entre 2007 e 2008, dentro de um projeto do Núcleo Bartolomeu chamado "Particularidades Coletivas", fui pesquisar sobre o assunto.
Dei uma procurada por aqui, e vi que ainda não tinha ninguém fazendo slams no Brasil. Tive a oportunidade de ir até o "Sarau da Cooperifa" fazer o lançamento do documentário "Zumbi somos nós" com a Frente 3 de Fevereiro. Era um lugar do qual eu só havia ouvido falar e que achei simplemente incrível, de uma diversidade impressionante,"povo lindo, povo inteligente" como bradava o Sérgio Vaz ,um dos organizadores do sarau.
Fiquei sabendo de vários saraus, de várias iniciativas legais envolvendo poesia, mas continuei não encontrando nenhum slam.
Em julho de 2007 , numa viagem a NY, tive a oportunidade de conhecer um slam ao vivo e em cores. Estive no Nuyorican Poets Café e no Bowery Poetry Club dois dos mais tradicionais clubes de poesia (e de slam) da cidade e pude ver de perto as batalhas. Descobri que existem mais de 500 comunidades de slam no mundo inteiro, nos países mais diversos.
Fiquei com muita vontade de fazer um slam no Brasil, e um ano depois, após a estréia do projeto "Particularidades Coletivas", do qual o meu solo de spoken words "Vai te Catar!" fazia parte, eis que inauguramos a Zona Autônoma da Palavra- o ZAP!
O sensacional , foi que logo de cara nesse primeiro, o povo compareceu em massa. O baguio bombou! Tivemos 13 inscritos para a batalha.
O clima foi de festa e parecia que a gente já fazia isso há anos...parecia até que todo mundo se conhecia, embora muitas das pessoas que estiveram por lá, eu jamais tivesse visto na vida. Todo mundo ficou a vontade e até o repórter do Metrópolis que foi lá pra cobrir o evento, se empolgou e decidiu participar de última hora.
Foi realmente muito legal ouvir o que os corações tinham a dizer e deu vontade de fazer mais e mais.
Os competidores da noite foram :Hugo, Emerson, Luciano, Thomas, Gal Quaresma, Carlos Alberto, Cidão, Carlão, Paulo Vinícius,Pedro Queiroz,Lilian, Debora, Ana paula.
O Zapeão foi o Luciano, que levou pra casa o prêmio: Livros ,livros! livros!
Foi uma noite memorável e com certeza a primeira de muitas...
Vida longa ao ZAP!

Roberta Estrela D' Alva