"Na Paulista, todos estão no 'shuffle'", diz atriz
DE SÃO PAULO | FONTE: FOLHA ONLINE
Há
cerca de cinco anos, a atriz Roberta Estrela D'Alva, 33, conheceu o
"slam", competição de poesia declamada com influências do rap e do
hip-hop. O gosto pela linguagem e sua intensa performance --que renderam
até elogios do diretor Antunes Filho-- deram a ela, neste ano, o
terceiro lugar na Copa do Mundo de Slam, em Paris.
Patricia Araujo/Folhapress | ||
A atriz Roberta Estrela D'Alva, do Nucleo Bartolomeu de Depoimentos, em sua casa, em São Paulo | ||
Nascida
em Diadema, a intérprete tem fortes laços com o hip-hop. A mistura da
cultura de rua com o épico e o teatro clássico é foco do trabalho do
Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, companhia que ela integra desde sua
criação, em 1999, e que atualmente está em cartaz com a peça "Orfeu Mestiço - Uma Hip-Hópera Brasileira".
sãopaulo - De onde surgiu a ideia de misturar o épico e o hip-hop?
Roberta - A ideia é da [diretora] Claudia Shapira, que queria um teatro com essa pulsação do hip-hop, com a cara de São Paulo: a avenida Paulista às 18h, quando parece que está todo o mundo no "shuffle". A intenção era fazer um teatro de depoimento e que tratasse de temas urbanos.
Roberta - A ideia é da [diretora] Claudia Shapira, que queria um teatro com essa pulsação do hip-hop, com a cara de São Paulo: a avenida Paulista às 18h, quando parece que está todo o mundo no "shuffle". A intenção era fazer um teatro de depoimento e que tratasse de temas urbanos.
O núcleo faz interferências nas ruas de São Paulo. Como é esse trabalho?
Tem que ter respeito e jogo de cintura, porque a rua não é só sua. A gente fez uma intervenção no viaduto do Chá em que tivemos que pedir licença para os moradores de rua. É a casa dos caras! Mas fazer o trabalho é muito bom, porque a gente vê que aqui tem de tudo. Tem a possibilidade do diálogo, do encontro entre as diferenças. É isso a diversidade. Eu adoro viver aqui. No Bartolomeu, a gente faz declarações à cidade, sobre o grafite, o concreto.
Tem que ter respeito e jogo de cintura, porque a rua não é só sua. A gente fez uma intervenção no viaduto do Chá em que tivemos que pedir licença para os moradores de rua. É a casa dos caras! Mas fazer o trabalho é muito bom, porque a gente vê que aqui tem de tudo. Tem a possibilidade do diálogo, do encontro entre as diferenças. É isso a diversidade. Eu adoro viver aqui. No Bartolomeu, a gente faz declarações à cidade, sobre o grafite, o concreto.
De que forma a cidade te inspira a trabalhar com o hip-hop?
Em São Paulo há muita gente da cultura do hip-hop, que não é só um gênero musical. É um jeito de se relacionar com a cidade, de dizer "ela é minha também". Além disso, São Paulo é ritmo, pulsa.
Onde ouvir músicas do gênero?
Tem a noite Seleta Coletiva, a Batalha da Santa Cruz [no bairro de mesmo nome, na zona sul da cidade]. Gosto muito quando os MCs se misturam com pessoas de outros estilos musicais.
Tem a noite Seleta Coletiva, a Batalha da Santa Cruz [no bairro de mesmo nome, na zona sul da cidade]. Gosto muito quando os MCs se misturam com pessoas de outros estilos musicais.
Quais nomes que passam pela cena paulistana você destaca?
Fora os fundamentais, Racionais MCs e Thaíde, tem Gaspar Z'África, Frank Ejara, Júlio Dojcsar, Eugênio Lima. Mas tem tanta gente boa, Duguetto, Criolo, Kamau, Emicida, Zinho Trindade, Ellen Oléria, Karol Conká. E minha aposta é o MC Raphão, correria em forma de gente!
Fora os fundamentais, Racionais MCs e Thaíde, tem Gaspar Z'África, Frank Ejara, Júlio Dojcsar, Eugênio Lima. Mas tem tanta gente boa, Duguetto, Criolo, Kamau, Emicida, Zinho Trindade, Ellen Oléria, Karol Conká. E minha aposta é o MC Raphão, correria em forma de gente!
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