M-A-S-S-A.
Massa. Amassa. A massa. À massa.
Eu sou a massa. Volumosa. Pastosa. Raça
Pega, joga, passa o rolo ôôô
Aperta eu cresço apareço pronta pro bolo
Quanto maior melhor. Espalhada mais fraca e mais fina
Fácil pra ser contada e dividida. Consumida. Massifica.
Não. Não. Não. Sou grande, mas não importante.
Sou igual ao barbante
Que serve pra amarrar e não é valorizado o bastante
Eu protejo o recheio que vai no meio
Fico na borda. Sou jogada pra escanteio
Pegam a uva passa o champanhe na taça, ai que graça!
Massa. Amassa. A massa. À massa.
Eu sou da massa vou ao estádio ver uma partida
Com a torcida é pinga, briga, pra ida economizo até na comida
Volto pra casa amassado na lotação para um bairro amontoado
Exausto no barraco sentado no sofá quebrado
Assisto a televisão fico feliz tenho a última distração
Pra mim existe uma comunicação!
Eu não sou cão eu já disse que sou massa e vou deitar
Eu como massa, preciso esfriar
Pra depois ser usada se não acabo revoltada e aí não dá
Quem fica muito quente pode queimar e estourar
Mas não sou paga pra pensar. Só enrolar, amassar, rechear.
Amanhã é segunda e tudo há de continuar
Massa. Amassa. A massa. À massa.
Emerson Alcalde
Zapeão - ZAP 9
2 comentários:
Muito massa...
Poesia de ponta
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